VIANNA SEGUROS
Em maio, o Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) ampliou os limites para o uso do Seguro de Crédito à Exportação (SCE), com garantia da União e cobertura do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), em operações realizadas por micro, pequenas e médias empresas. Com a nova resolução, publicada no Diário Oficial da União (DOU), empresas que exportam até US$ 4 milhões por ano passam a ter acesso ao seguro com apoio do governo — anteriormente, o limite era de US$ 3 milhões. Além disso, os tetos para operações pós-embarque foram elevados de US$ 5 milhões para US$ 6,3 milhões.
Em entrevista ao CQCS, Luciano Mendonça, diretor comercial da Allianz Trade, avalia que a medida não provocará mudanças operacionais nas seguradoras quanto à avaliação de risco e concessão de cobertura para MPEs. “Vejo com bons olhos que haja mais oferta de seguro de crédito a exportadores brasileiros. Esta maior oferta, vinda do governo, pode viabilizar operações que, aos olhos do setor privado, não seriam consideradas”, explica.
O executivo também destaca que a ampliação do número de exportadores segurados é benéfica para todo o ecossistema de crédito. Segundo ele, “o aumento do número de potenciais exportadores e o crescimento deles, com o suporte do governo, permite que as empresas cresçam e sejam atendidas pelo mercado privado em uma etapa posterior”.
Seguro de crédito como oportunidade para os corretores
Além de beneficiar as empresas, a nova resolução também representa uma oportunidade promissora para os corretores. Embora o seguro de crédito ainda seja pouco difundido no país, Mendonça ressalta que o produto oferece atrativos relevantes: boa comissão, taxa de renovação próxima de 90% e programas de especialização promovidos pelas seguradoras. “Não tenho dúvidas que é um ‘greenfield’ para qualquer corretor que queira se especializar”, afirma.
O seguro de crédito apresenta ainda uma narrativa comercial sólida, ao proteger contra perdas causadas por mora, insolvência ou risco político. “Por melhor que tenha sido a negociação na exportação, por mais que se conheça o importador, há muitos outros fatores que podem causar dor de cabeça ao exportador e o seguro é a certeza do recebimento”, reforça Mendonça. “A possibilidade de exportar e antecipar à vista o valor exportado é também outra grande vantagem do seguro aliado ao programa Proex do Banco do Brasil”, completa.
Para finalizar, os corretores podem apresentar essa solução como um diferencial competitivo para empresas que desejam crescer no comércio exterior com mais segurança. “A Allianz Trade conta com 289 milhões de dados de empresas distribuídas em mais de 160 países acessíveis instantaneamente. Ter acesso a este mercado só pode ser feito através de uma apólice de seguro de crédito”, conclui o executivo.